16 de abril de 2004

Boicote a Nova Iguaçu!!!!!!!!!!!



Não, os cartazes acima não são nenhuma brincadeira de mau gosto que veio cair no meu e-mail. O prefeito de Nova Iguaçu, sr. Celso Sâmis da Silva, do PMDB, resolveu divulgar sua cidade assim: pegando carona na suposta passagem do terrorista Bin Laden pelas redondezas. Uma coisa é criar humor a partir do facínora, transformando-o numa figura ridícula e verdadeiramente cômica, como o fazem o pessoal do Casseta & Planeta e o Charges.com.br. Outra é fazer uso da imagem de um terrorista para promover o turismo em uma região qualquer.
Nova Iguaçu é um lugar belíssimo, garantem-me. Obrigado. Graças a estupidez dos criadores desta propaganda, não a visitarei mais. Gostaria de ver esta campanha dando com os burros n´água (de preferência, longe das cataratas) e os responsáveis tendo de voltar atrás.
Mesmo sozinho (minto: a Primeira Leitura está comigo), proponho desde já o boicote a Nova Iguaçu.

15 de abril de 2004

Foto

Só para combinar com a foto aí de cima...
Mulheres...
Para quebrar o clima dos últimos posts, falemos de algo bem mais interessante. Uma amiga estava comentando sobre a conversa que ela e as amigas tiveram quando estavam no cabelereiro (não me pergunte como eu caio nuns papos destes, por favor, você sabe, eu sei, que estas coisas acontecem antes que você possa reagir; quando percebe, bau-bau!) e seus "musos" da TV. Então, a danada me lasca a pergunta: Marcelo, que mulher você acha bonita? Assim, na lata, de cara, fico com dois nomes: Maria Fernanda Cândido e Ana Paula Arósio. Pronto.
Maria Fernanda Cândido nem todo mundo lembra apenas graças ao nome. Eu mesmo sei que a vi em alguns capítulos de uma destas novelas sobre italianos escrita pelo Benedito Ruy Barbosa e (muito bem) dirigida pelo Luiz Fernando de Carvalho. Uma mistura de impulsividade e delicadeza com os lábios e os olhos da Sofia Loren. E ainda freqüenta um grupo de bem apessoados senhores e senhoras que discutem... filosofia! Precisa de mais?
Tenho deixado meu telefone fora do gancho a noite, mas nada da Ana Paula Arósio aparecer vestida de gênio para me recomendar o 21. Rapaz, agora que fui me lembrar de que tenho um caderno de algum curso que fiz anos atrás com ela na capa. Vou até conferir depois para ter certeza. Uma beleza algo clássica, algo moderninha, mas sem parecer uma destas modelos anoréxicas da moda.
Há algo em comum nas duas - são, a sua maneira, mulheres que cativam pelo sorriso. Sim, é isso mesmo - um sorriso é algo capaz de conquistar muita gente. Eu, inclusive. Poderia aqui falar de outros atributos, mas vejam bem, aqui falo de uma certa sedução, e isto nada tem a ver com dotes físicos. A sedução de verdade ocorre em gestos, os mínimos possíveis. E a gente pode levar uma vida inteira até descobrir isto.
A propósito; não, não tenho musas. É uma idéia bonitinha, mas romântica demais para quem pretende levar literatura a sério. Perguntado fui sobre mulheres que considero bonitas, eis a resposta. Depois falo mais do assunto.
Argh!
Putz, dois posts seguidos sobre política, e num mesmo dia? Estou ficando chato!

14 de abril de 2004

Políticos e Políticos...
Diante do meu desinteresse no futuro exercício de cargos públicos - leia-se políticos - expresso depois que um colega me perguntou a este respeito (agradeço a ele por achar que tenho potencial para a coisa; eu tenho lá minhas dúvidas...), posso tranquilamente explicar as minhas razões.
Ao contrário de outras atividades, na política parece não haver lugar para "batedores de ponto". Aquele cara mediano, que quase nunca chega atrasado, realiza seu trabalho bem-feitinho, nunca brigou com o chefe, paga suas continhas em dia, blá-blá-blá, já deu para entender. O mediano, ou a maioria de nós, é uma figurinha quase inexistente no mundo político. A imensa, esmagadora, absoluta, inapelável maioria dos ocupantes dos cargos políticos é, francamente, ruim de serviço. Não, não estou dizendo que são corruptos; estou afirmando, com todas as letras, que pouco têm a oferecer diante da importância dos compromissos por eles assumidos. Estes se tornam políticos por absoluta falta de alternativas pessoais - são ex-artistas, ex-taxistas, ex-frentistas, ex-empresários, ex-qualquer-coisa-na-qual-eles-não-se-deram-bem-ou-já-encerram-seu-ciclo-de-sucesso. Em geral, apresentam poucos projetos relevantes, ajudam de forma, digamos, duvidosa, parentes e amigos e cuidam com afinco de sua carreira como se defendessem um "feudo". Muito comumente, sobem na hierarquia política, embora sem grande brilho ou impacto. Alguns ganham os holofotes por um tempo, outros jamais vêem a luz das câmeras e a tinta dos jornais - e preferem que seja assim.
E, há, claro, o minúsculo grupo dos que "nasceram para a política". Veja bem: ser um bom político é algo que independe de habilidade intelectual ou bagagem cultural avançadas - vejam os néscios que disputam a tapa e baixaria os "Big Brothers" da vida. Também nada tem a ver com partidos ou a corrente ideológica do sujeito; por outro lado, esta habilidade costuma aparecer espontaneamente. Ou o sujeito vira "empreendedor" ou "político". Não nos enganemos, porém: precisamos destes sujeitos de talento sim, especialmente numa democracia, concorde-se com eles ou não. Se não fosse por esta turma, a política não passaria de um joguinho entre medíocres iguais, trocando favores minúsculos e avançando lentamente sabe-se lá rumo ao quê.
Como não sou suficientemente pequeno para ser mais um vereador dando nomes para ruas, e muito menos possuo habilidades que me garantiriam um lugar na turminha do topo, melhor ficar bem longe disto tudo.
Como bem disse uma amiga: "Marcelo, se você pensar em virar político, eu te interno!".
Pode deixar, não corro este risco.
Propostas indecentes
O deputado federal Nazareno Fonteles, do PT do Piauí, apresentou um projeto de lei estabelecendo o Limite Máximo de Consumo e a Poupança Fraterna. Para quem não entendeu a bagaça, é o seguinte: o nobre político supracitado quer que cada cidadão brasileiro tenha um limite máximo de dinheirinho disponível para sua farra mensal - pelos cálculos toscos deste que vos fala, algo em torno da bagatela de R$ 7.600,00. Qualquer ganho acima deste limite seria automaticamente remetido a Poupança Fraterna, um fundo estatal para financimento de "projetos populares". Ah, o infeliz só poderia sacar do seu fundo no caso de doença, aquisição de imóvel ou após 7 anos de depósitos. Duvida? Então leia aqui, oficialmente.
Ou seja, numa tacada só o sujeito quer "socializar" o Brasil usando como justificativa uma série de estudos e falas de entendidos em "justiça social" e "economia sustentável", de forma a limitar o nosso consumo de recuros naturais e promovendo a distribuição de renda na marra. Alguém poderia, por favor, explicar a este sujeito que os ganhos mensais dos elitistas que recebem mais de R$7,6mil provavelmente não darão para financiar nada além dos já exorbitantes gastos estatais com sua própria máquina? Como é que o nobre deputado pensou que esta "comunização" forçada passaria por debaixo dos tapetes sem ninguém perceber? Propostas como esta só alimentam mesmo a descrença de muitos nos políticos desta terra. Ao invés de lutar pelo fortalecimento da economia do país, a redução de impostos, a diminuição do inchaço e a promoção à excelência no Estado, aparecem-me como "humanistas" inventando uma ditadura econômica travestida de "robinhoodismo" moderninho. O que o Brasil precisa, por mais paradoxo que pareça ser, é o que um economista da FGV relatou em revista a Época (o link é só para assinantes, então nem adianta postar aqui): um choque de Capitalismo, sem dó, começando pelas camadas mais baixas da população. Emprego, educação, incentivo à iniciativa privada, redução de impostos, um pacotão que jamais virá.
A maior garantia de que esta alucinação não vai passar no Congresso é o simples fato de que os deputados recebem acima deste teto de consumo. Eu nunca imaginei na vida que agradeceria aos políticos e sua ambição para derrubar um projeto. Em quê fomos nos meter?

7 de abril de 2004

Eu, o roteirista
Como alguns já sabem, por algum período da minha vida eu achava que seria desenhista. E, claro, qualquer moleque que se preza e que dá seus rabiscos por aí acredita que trabalhará com histórias em quadrinhos. Passei os últimos seis anos sem desenhar quase nada. Este auto-exílio teve um preço grave: sem prática, não evoluí. Embora perceba que sou capaz de um traço muito mais consistente hoje, minhas mãos não o executam porque nem elas, nem meu cérebro e olhos foram treinados.
Como voltei a estudar desenho de maneira, digamos, formal, resolvi encarar o desafio de finalmente desenhar o corpo humano como se deve, mas este não é o assunto em questão. O fato é que neste retorno, acabei descobrindo a Central de Quadrinhos e seu fórum, habitado por um ótimo pessoal, desde iniciantes a retornantes e veteranos, todo mundo disposto a ajudar e trocar idéias e experiências. Pois bem, nestes seis anos parado, dediquei-me a escrever e estudei o trabalho de roteirista. Da fórmula hollywoodiana de Syd Field ao brasileiro Doc Comparato e leitura de muitos roteiros. E foi como (aspirante a) roteirista que acabei dando minha primeira contribuição efetiva no fórum, que havia lançado o desafio de se produzir uma história em quadrinhos. Formaram-se as equipes e os temas foram propostos: “Vida Urbana” ou “Sangue de Pirata”.
A Silvana, uma excelente colorista e desenhista, e o Artur, também excelente desenhista, já tinham uma boa idéia da história que queriam desenvolver, mas faltavam os diálogos e o final. Foi onde eu entrei. Confesso que demorei muito para achar um desfecho adequado a história e minha preguiça para com histórias de piratas não ajudou em nada, mas acredito que tenha obtido um bom resultado.
O projeto todo pode ser conferido aqui, eu postei o roteiro um pouco “abaixo”. Ah, meu apelido no fórum é JetBlack – para quem não sabe, o nome do personagem de um dos melhores desenhos animados japoneses que já vi, Cowboy Bebop.