26 de setembro de 2003

Triste realidade...
Recebi esta aqui por e-mail:
Um sujeito vai visitar um amigo deputado e aproveita para lhe pedir um emprego para o filho que tinha acabado de completar o supletivo do primeiro grau.
- Eu tenho uma vaga de assessor, só que o salário não é muito
bom...
- Quanto é doutor?
- Pouco mais de dez mil reais!
- Dez mil? Mas é muito dinheiro para o garoto! Ele não vai saber o
que fazer com tudo isso não doutor! Não tem uma vaguinha mais modesta?
- Só se for para trabalhar na Assembléia. Meio período. E eles
estão pagando cinco mil!
- Ainda é muito, doutor! Isso vai acabar estragando o menino! O Senhor
não tem um emprego que pagasse uns mil ou até mil e duzentos reais?
- Ter eu até tenho. Mas aí e só por concurso e é para quem tem
curso superior em Engenharia, Administração, Medicina, Economia, Direito ou Contabilidade, etc. E ainda tem que ter bons conhecimentos em informática além de Inglês, Francês
e Espanhol fluentes...

25 de setembro de 2003

Cronistas Reunidos
Foi ontem a festa de comemoração dos dois anos do grupo Cronistas Reunidos. Recebi o convite pelo e-mail porque, como eles mesmo afirmaram, em algum momento do qual nem eu nem eles se lembram mais, eu me cadastrei na lista deles. Enfim, o site deles é ótimo. Vale a visita constante.

23 de setembro de 2003

CAPES e o Anacrônico
Recebi a seguinte mensagem e julguei por bem divulgá-la no meu blog e site. Qualquer iniciativa para manter a pesquisa em alta no Brasil e para nos tirar da lama na qual nos metemos terá sempre o meu apoio.

"Leiam e divulguem, é interessante e muito útil para professores, pesquisadores e alunos de pós-graduação no Brasil.

A CAPES tem artigos de praticamente todas as áreas de estudo publicados em um site com acesso GRATUITO que pode ser desativado por falta de acesso, pois o MEC está pensando em fechar o portal de periódicos da CAPES.
De fato, o que eles dizem é que o custo é alto e pouca gente usa. Particularmente, acredito que seja pouco usado porque é pouco divulgado. Para os muitos que não conhecem, o portal, fornece acesso a milhares de periódicos científicos de praticamente todas as áreas de estudo ( vários nacionais e internacionais de ciências humanas, ciências sociais aplicadas,etc). Para se ter uma idéia, sem o portal você teria que pagar algo como uns 20 dólares POR ARTIGO.
É importante que divulguemos mais o portal, que é uma fonte riquíssima de conhecimento científico e que faria muita falta. Temos sim que defender a manutenção do mesmo, mas paralelamente divulgar, de forma a garantir melhor retorno a este investimento público em pesquisa. O endereço do portal é http://periodicos.capes.gov.br/ ".
E tenho dito. Visitem e apoiem - faz bem para todos.

21 de setembro de 2003

Experiência
Sempre haverá quem tente um novo Senhor das Moscas, naquela velha tentativa de entender a condição humana, ou o que há do mal dentro dela. Por mim, prefiro afirmar que a amoralidade é o estado primordial dos homens, não exatamente o "mal", e é muito fácil confundí-los. Que isto não sirva de desculpa para os mais estúpidos disparates intelectuais que o reducionismo moral de nosso tempo elegeu como modelo de comportamento, jamais afirmaria tal coisa.
Este é o tema de um filme alemão, protagonizado pelo mesmo Moritz Bleibtreu de Corra, Lola, Corra - Experiência. Dê uma olhada aqui na resenha do Omelete; parece tão promissor quanto perigoso.
Frase
"A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela."
Max Frisch

20 de setembro de 2003

Armas e abobrinhas
Se você me perguntar se eu gostaria de ter uma arma em casa, eu responderei que não. Não me interessa nem um pouco possuir um artefato que sei muito bem que me ajudará pouco se eu precisar dele para me defender, porque certamente passarei anos e anos sem dar um tirinho sequer depois de treinado.
Não faço coro com os pacifistas radicais simplesmente porque o mundo é mais complexo do que uma passeata de milhares de pessoas vestidas de branco sugere. Há, infelizmente, momentos para força, e não é injusto usá-la para se defender de uma ameaça - isto vale tanto para países quanto para pessoas. Por outro lado, até mesmo por um princípio de ordem institucional, o monopólio do uso da força e da coerção pertence ao Estado, que a exerce por meio do poder de polícia e de julgamento. Por outro lado, juridicamente, admite-se que o cidadão faça uso da força para se defender, de forma legítima. Nada de errado nem uma proposição nem na outra.
O problema é que o Brasil não possui uma cultura de armas e violência como os EUA e a maioria dos assassinatos daqui não irrompe das casas, mas do crime organizado e desorganizado, se me perdoam o trocadilho. Daí que o tal Estatuto do Desarmamento pode ser muito bonito, matéria de telenovelas globais e o escambau, mas não vai dar em nada. Bandido que é bom mesmo não depende de cidadão honesto para prosperar (exceto na hora do roubo, claro), vai conseguir sua arma de alguma forma, no mercado paralelo. Vender o Estatuto do Desarmamento como uma conquista da sociedade num momento em que o próprio Estado cochila na hora de reprimir a criminalidade não é apenas uma abobrinha; é um atentado a minha e a sua inteligência.
Não estou aqui discutindo o conteúdo do tal Estatuto; estou apenas afirmando que ele está sendo oferecido ao país como uma panacéia. A criminalidade não vai diminuir depois de sua aprovação e as armas continuarão a ser vendidas e usadas pelos criminosos; nada, absolutamente nada terá mudado.
Mas um belo trabalho de marketing terá sido feito. E estaremos todos felizes.

19 de setembro de 2003

Ainda estou para entender...
...esta invencionice do governo federal de desconto em folha dos empréstimos feitos em bancos pelos trabalhadores. Tivéssemos no Brasil organizações dos direitos civis (ou temos?) atuantes, uma asneira destas não passaria de uma viagem na maionese do líder da maior central sindical do país, pai da idéia.
Primeiro, porque assim estamos anulando o direito do indivíduo de gerenciar como bem entender o seu relacionamento com o banco. Ora, quem decide quais contas pagar sou eu, não o meu patrão, muito menos o banco onde está o meu mirrado salário. Se eu decido comprar pão, leite, uma tampinha premiada de Coca-Cola de 1953, cachaça ou pagar o emprétismo sou eu! Sinto muito lhes informar, mas esta é uma intromissão estatal e, digamos, banqueira, na minha vida.
Segundo, porque o trabalhador passa a empenhar o seu salário como garantia de empréstimo. Ora, senhores, se como já disseram FHC e Lula, quem corre para pagar conta em dia é o pobre, por que então a desconfiança na sua capaciddae de honrar seus compromissos? Por que então não se defende o desconto dos empréstimos corporativos nas receitas declaradas das empresas também?
O presidente já disse que o salário é o que há de mais sagrado para um trabalhador. Pode ser, desde que ele tenha a garantia da liberdade de usar o seu dinheiro para o que bem entender, afinal, ele já paga quase cinco meses de impostos ao Estado brasileiro...
Bola fora.
De novo?!
De fato, não tenho direito a pedir desculpas pelo desaparecimento. Só digo que nos últimos dias, realmente minha vida ficou meio corrida e o blog deixado de lado. Mas estou de volta.

11 de setembro de 2003

Sobre o dia de hoje
Um ano atrás, coloquei um especial 11/9 no meu site pessoal. Republiquei hoje o texto que escrevi então, intitulado Depois do Fim, cuja redação hoje não me agrada muito, embora isto não mude de forma significativa as suas tristes e nefastas conclusões.

10 de setembro de 2003

Eles de novo!
Sim, os Confeiteiros sem Fronteiras atacaram novamente, e desta vez contra o representante norte-americano nas negociações brasileiras sobre a ALCA. A coisa toda é tão patética que não deve render sequer um incidentizinho diplomático. Mas eu já escrevei sobre eles, quando emplastaram o rosto do senador e presidente do PT, José Genoíno, em janeiro deste ano. Leia a minha crônica, Vai um Confeito Aí?, publicada na época.
Comendo mosca
Eu sou mesmo lerdo. Na semana passada, estive tão "entretido" com o trabalho que nem prestei atenção às declarações do Ministro da Educação, Cristovam Buarque, sobre o Provão e a proposta (tosca) de avaliação que ele defende, a "Paidéia". Mais tarde volto ao assunto, que merece um ou outro comentário.

9 de setembro de 2003

Nomes aos bois
Uma das maiores asneiras já inventadas são os rótulos. Se por um lado, eles são inevitáveis, embora incrivelmente simplistas, são também um clichê que pregam em alguém ou alguma coisa e que acaba muito, muito mesmo, difícil de se arrancar de lá.
No nosso país, em que a identidade política de qualquer um é resumida em "esquerda" e "direita", a coisa é ainda mais complicada, pois não há meio-tons, apenas o "bem" e o "mal" - nem preciso dizer como raciocinamos errado, preciso? Não me causa surpresa alguma quando alguém me pergunta coisas do gênero, afinal, nesta terra, sua "postura política" perante o mundo é mais importante do que sua individualidade. No Brasil não há espaço para quem deseja se livrar da atmosfera sufocante do pensamento político e politicamente correto e se guiar pelas suas descobertas, pelos seus tropeços, em busca da sua visão de mundo, única e honesta. Por isso, não respondo a esta questão, que para alguns parece tão simples, com uma palavra. É preciso um pouco de história, algum pensamento.
Um amigo uma vez me chamou de "humanista espiritualista" e outra vez de "liberal progressista". Bom, agradeço a gentileza, pois são duas "posições" dignas de se defender. Não as nego, mas lhes dou a interpretação que minha curta história permite. Por "humanista espiritualista", tomo que minha preocupação é o homem, o que é uma verdade inegável. Em seus três pilares de relacionamento com o mundo - consigo, com a sociedade e com a natureza - todo pensamento deveria se voltar para a resolução das grandes dúvidas e problemas do homem. Por "espiritualista", por favor, entendo apenas que creio na imortalidade do homem e que ele está submetido sim a uma ordem divina cuja natureza me escapa.
"Liberal progressista" é um termo vago e problemático, mas vamos a ele, porque é aqui que a suína entorta a cauda. Sou liberal, não naquele sentido clássico Adamsmithiano (um neologismo herético...), mas de uma forma que também explica o tal "progressista". Por pior que seja, a humanidade ainda não conseguiu encontrar uma fórmula de sociedade melhor do a "democracia liberal" - isso mesmo, capitalista. Sei, sei, não nego uma certa simpatia pelo anarquismo, mas é uma utopia, o "lugar algum" a que só chegaremos com sangue e perdas irreparáveis, uma idealização sem pés na realidade.
Por outro lado, a democracia é muito complicada e por vezes é tão difícil defendê-la que o único argumento válido é de que é preferível a pior democracia a melhor ditadura.
Se querem um ponto de apoio, eis o meu "marco regulatório": rejeição absoluta e irrestrita de qualquer supressão dos direitos do individuo, seja para que objetivos forem. Não adianta vir me dizer que será pelo "bem da humanidade", para "construir um mundo melhor" ou escambau; podou o indivíduo, cortou fora o homem. Sem indivíduos livres, fica o Estado sem moral, que acaba prescindindo dos homens que deveria proteger - não é a toa que todo autoritarismo descamba, mais cedo ou mais tarde, para o assassinato estatal em massa. Então, Estado de Direito neles, Estado limitado em sua atuação, definida em regras claras e conhecidas pela sociedade. Agora, até onde o Estado deve agir já é outro assunto, mas resumo em termos bem gerais: Acredito mesmo que ele deve ter momentos de maior e menor ação, de expansão estratégica dos seus tentáculos, os mesmos que, em condições normais de temperatura e pressão, mais mal causam do que bem - aí está a carga tributária brasileira que não me deixa mentir. Papéis do Estado e seus limites de atuação é um campo no qual mal engatinho, nem vou comentar muito agora.
Enfim, esquerda ou direita, em seus conceitos puros, francamente, não me interessam. Rejeito os radicalismos de ambas as facções - são equívocos que nos impedem de enxergar o mundo em sua complexidade.
Enfim, democarata, liberal, progressista, humanista e espiritualista? Está de bom tamanho, até que eu mude de idéia.
O que pode acontecer a qualquer tempo, afinal, penso por conta própria.
Crônica nova!
Com um atraso causado pelo meu computador, está no ar a crônica Conspiradores do Mundo, Uni-Vos!. Sim, o título é uma referência àquele "apelo" famoso. Mas não se engane: se é uma crônica minha, é óbvio que não se deve levar a sério...

7 de setembro de 2003

Quantos são vocês?
Fui lá no site de serviços gratuitos (blogueiro é dose; sai à cata de toda e qualquer bobagem gratuita na internet...) Bravenet e assinei o serviço de estatística para este blog. Agora poderei ver a quantas anda a (im)popularidade deste pedacinho da internet que me pertence.

5 de setembro de 2003

Novidades
Sim, finalmente o site Anacrônicas será atualizado neste final de semana. Eu não conseguia escrever uma crônica que prestasse até esta semana. Para sorte dos meus (poucos) leitores, as que escrevi e não passaram pelo meu rigoroso teste de qualidade jamais irão a público.
Pois é, eu sou mesmo um sujeito bacana.