30 de março de 2005

O assassinato de Terri Schiavo

Evitei o assunto o quanto pude - já há blogs demais dando suas opiniões sobre o caso da norte-americana Terri Schiavo, condenada a morrer pela justiça. Então, para encurtar logo a questão, recomendo a leitura do artigo de Reinaldo Azevedo, A Morte de Terri Schiavo e o direito de regar gerânios.
E assino embaixo.

23 de março de 2005

Sexo e Baticum II

Será sucesso na Inglaterra o documentário Sou Feia, Mas Tô na Moda (é sério), de Denise Garcia e da produtora de Allan Sieber, Toscographics. Sim, o atual funk carioca é cultura. Goste-se dela ou não.

Exorcismo papal

O papa João Paulo II, apesar dos sérios problemas de saúde, participou do exorcismo do demônio de Garanhuns no último sábado, dia 12 de março. O auto-denominado ocupou o corpo de um famoso presidente de um país inexpressivo e igualmente famoso do Terceiro Mundo. O correspondente do New York Times, Larry Rohter, deu uma entrevista exclusiva narrando o impressionante acontecimento.


OAnacrônico - E então, como foi o evento?
Rohter - Foi incrível. Usando uma conexão de voz sobre IP, o papa João Paulo II chamou o presidente no intervalo do jogo para uma videoconferência.
O Anacrônico - Um telexorcismo?
Rohter - Podemos dizer que sim. O fato é que o presidente voltou para o segundo tempo mais disposto, mesmo ficando no banco até os últimos dez minutos.
OAnacrônico - E o que aconteceu?
Rohter - Nada, o que só comprova a eficácia da sessão de exorcismo. Nos dez minutos em que jogou, o presidente não chegou sequer aos pés do seu amigo Sócrates, embora a forma física de ambos seja parecida.
OAnacrônico - Ou seja, estava livre do capeta, certo?
Rohter - Isso mesmo. Graças aos esforços do papa João Paulo II. Há boatos de que o presidente, livre do encosto que o afligia, até anda pensando em baixar a astronômica taxa de juros.
OAnacrônico - O presidente consumiu bebidas alcóolicas no evento?
Rohter - Eu me abstenho de responder a esta pergunta.


A qualquer hora, mais informações relevantes aqui n'O Anacrônico.
Quer a verdade? Aqui e aqui ó.

14 de março de 2005

Cineasta preso ao tentar se passar pela sua mãe

Woody Allen foi preso ao se passar pela própria mãe, quando tentava receber a pensão Allen travestidoem seu lugar. O fato foi apurado por um repórter da linha investigativa gonza num banco de Wall Street e fotografado pelos funcionários do banco, que desconfiaram da voz fanhosa e das anedotas inteligentes contadas pela suposta idosa. Allen alegou, após ter sido preso, que estava fazendo uma pesquisa de campo para sua nova comédia, Eu, Minha Mãe e Sua Pensão, refilmagem de um obscuro filme sobre jazz produzido na Áustria em 1936. Ainda afirmou que tudo não passou de uma piada inteligível apenas pelos seus fãs mais fiéis, aqueles que começaram a acompanhar sua carreira com What´s Up, Tiger Lily. Citando (e já afirmando que não lera e não gostara) o livro Código daVinci, concluiu, para deleite dos jornalistas presentes, que as pistas para esta peripécia foram espalhadas em seus filmes Bananas, Annie Hall, Zelig, A Rosa Púrpura do Cairo e alguns outros que preferiu não citar. Allen disse que lançará um concurso cultural para premiar o fã que identificar as demais pistas com ingressos para um ano ouvindo-o tocar clarinete num pub londrino em Manhattan.
Quer a verdade? Aqui ó.

13 de março de 2005

Sexo e baticum
Já aviso sobre meu gosto musical: não passa de uma imensa confusão. A primeira coisa a qual presto atenção quando ouço uma música é a sua letra; não tenho conhecimento técnico algum para afirmar se uma melodia é inovadora, se a harmonia é eficiente. Talvez culpa de minha formação literária em formação, o fato é que, numa primeira impressão, pouco me interessam as qualidades estritamente musicais das canções, se a letra não me disser coisa alguma, mando a composição para a lata de lixo da memória - sem dó nem piedade. Por isso afirmo o que poucos querem admitir: o funk carioca é uma porcaria maior do que muitas que já ouvimos por aí.
Que se danem os antropólogos e sociólogos que escrevem artigos exaltando as supostas qualidades libertárias sociais de uma musiquinha que narra, essencialmente, putaria e violência. Numa viagem transcendental ideológica, se fosse a juventude de classe média alta que tivesse inventado esta "cultura", seria apontada como um sintoma claro da sua degradação moral, de sua submissão ao capitalismo selvagem que transforma gente em mercadoria e, sabe-se lá como, de exclusão das camadas inferiores da população. Como é o povão (e, agora, o "mundo descolado") que canta pérolas como "Estrupra, estrupra" (é assim mesmo, não me corrijam) e "Quem que caguetou?", então está tudo certo. E a mulherada (sociólogas da USP inclusas) que acredita nestas bobagens de pós-feminismo de pobre tem mais é que receber um carimbo de "tonta" na testa, por não perceber que está correspondendo aos esterótipos mais machistas existentes enquanto acredita liderar a liberação sexual do século XXI. Parecem-se com as leitoras de revistas femininas, estas publicações que exigem que a mulher seja excelente mãe, excelente amante, profissional exemplar, gente fina, gostosa e esbelta. O engano muda de esfera, mas é rigorosamente o mesmo.
O grande legado do Brasil para a posteridade talvez seja este mesmo: o sexo brega. A sensualidade destrambelhada da Carla Perez, a boca suja do funk carioca, as pornochancadas canastronas dos anos 70 e 80. Somos orgulhosos de nossa relação gozosa (eita!) com a sensualidade, mas somos incompetentes até na hora de transformar isso em alguma referência cultural que preste.
E para finalizar: preconceito meu o escambau. Não me interessa se o sujeito é preto, branco, rico ou pobre. Faz música ruim e ponto final.

3 de março de 2005

Abaixo o Tsunami!
Sim, eu sei que o Homem-Chavão chegou antes, mas vale o registro e o chamado para a mobilização: desde já, posiciono-me contra o uso da palavra tsunami para retratar eventos de grande magnitude! Deus queira que a insistência com que o termo foi usado na mídia consiga instigar o Houaiss a banir o dito cujo da sua lista.