27 de fevereiro de 2006

Carnaval para quê?

Sim, moro em Belo Horizonte, a maior das cidades interioranas de Minas Gerais. Ao contrário de suas primas menores, Bê-Agá não tem tradição carnavalesca. Verdade que já tivemos umas escolas de samba bem grandes, coisa assim da metade de uma Mangueira (sem piadas, amigos), desfile oficial, Rei Momo, mulatas, estas bubiças todas. Agora está tudo relegado a um desfile mixuruca num bairro que ninguém conhece, com escolas que quase ninguém lembra que existem. E todo ano é a mesma palhaçada: o governo anuncia que vai investir, a TV mostra um tal "desfile do corso" com uns carros antigos e gente com cara de que está sendo torturada pelo sobrinho do Fu-Manchu. Um desastre.
Some-se a isto o fato de eu não gostar de carnaval. Isso mesmo, não gosto, não ligo, acho tudo igual, todo carro é parecido, toda bunda rebolando parece a mesma, todo trio elétrico tocas as mesmas (chatas) músicas. Se eu quisesse me misturar a um bando de sujeitos suados e fedidos pulando juntos, teria ido ao show dos Rolling Stones. Para minha sorte, minha noiva também não gosta. Somos doentes do pé. Mas bons da cabeça.
Por isso, Marcelo vem a público lançar a campanha de âmbito internacional: "Bê-Agá, Carnaval para quê?". Você, meu amigo de bom gosto que também não aprecia a folia de momo, venha para Belo Horizonte. Ruas vazias, parques mais verdes, até os bandidos vão caçar seu ganha-pão longe daqui. Existe lugar melhor? Vou abrir uma agência de turismo e agendar shows de jazz e passeios turísticos, visitas a grutas e cachoeiras. Para os radicais, uma visita ao fantástico Ribeirão Arrudas - paulistanos, se sentirão em casa, depois, claro, de observar que o Tietê é muito maior, mano.
Isso mesmo: para quem não pode ir para Campos do Jordão, Bê-Agá é a solução. E vamos parar com esta história de carnaval por aqui porque jamais vai funcionar - nem no modelo baiano, nem no carioca. Se quiserem minha conta bancária para reservar o pacote do próximo ano, estejam a vontade para me escrever.