13 de março de 2007

(Bi)Sonhos

Meus sonhos são freqüentemente bizarros. Até aí, tudo bem porque, caso contrário, não seriam delírios noturnos. Quem viu o filmaço Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças reconhece a esquisitice: num minuto, estamos no quarto, atravessamos a porta e vamos para um lago nas montanhas, onde uma mesa nos espera no meio de um lago enquanto nossa mãe assa peixes vivos num forno verde - e assim por diante.
Mas os meus têm características curiosas que acabam refletindo parte das minhas preferências. Numa noite destas, sonhei com um trailer de filme. Melhor dizendo: o sonho era o trailer de um filme. Uma mistura indigesta entre Todo Poderoso e Michael. O mais engraçado foi ter reconhecido o ator que faria o papel de Deus - Bill Nighy , o Davy Jones de Piratas do Caribe 2 e o Slartibartfast do Guia do Mochileiro das Galáxias. O sujeito vestia uma roupa meio largada, como se tivesse acabado de fugir do manicômio antes de eu entrar no cinema. E, para completar, o cidadão exibia uns gestos bem afetados. Provavelmente, no roteiro, descobriríamos que ele era mesmo um pobre coitado que fugiu do pinel e, tendo encontrado um jovem que tenta ajudá-lo, acaba por ensinar muitas coisas sobre a vida para o rapaz, alternado momentos engraçados, dramáticos e sublimes. Nossa, a idéia é tão idiota que Hollywood a compraria sem pestanejar.
Mas faço questão de ter Bill Nighy no elenco.

12 de março de 2007

Ziriguidum, telecoteco, balacobaco

Uma das grandes vantagens de se ficar menos jovem (eu ia escrever "envelhecer", mas quando alguém descobrisse que não tenho sequer quarenta, seria motivo de piada justa), é que perdemos alguns medos idiotas de poucos anos atrás. Por exemplo, o medo de ser antipático.
Eu detesto carnaval. Mas não dizia assim, letra por letra, usava um subterfúgio - "não tem nada a ver comigo", "prefiro aproveitar o tempo para descansar", "prefiro ver a maratona sobre a reprodução dos mamutes lanosos no Animal Planet". Agora, não. Eu detesto carnaval. Odeio. Abomino. Toda vez que me falam de carnaval, lembro-me imediatamente da sátira ao Sargentelli que o Luís Fernando Guimarães fazia na TV Pirata; dançando como um boneco de pau hiperativo, falava, sem alegria alguma: "Ziriguidum. Telecoteco. Balacobaco." E repetia o bordão umas mil vezes.
E veja que eu tentei gostar desta joça. Não, mentira. Homem não gosta de carnaval, gosta é de mulher. Então, íamos eu e mais um bandinho de losers a algum baile na adolescência só para voltar para casa sozinhos, sempre na esperança de que alguma menina desse mole. Como descobri logo que não precisava de carnaval para (não) pegar mulher alguma, desisti dos folguedos de momo. Então, pude desprezá-lo sem culpa alguma. Também não tenho inveja nenhuma de quem gosta, seria como sentir vontade de apreciar jiló com dobradinha no molho de abóbora.
Esta enrolação toda foi só para postar este ótimo link do Breves Notas e a matéria do Le Monde que diz o que os bananânios não querem admitir (só para assinantes do UOL).

Zerando o contador

Com um template mal e porcamente arrumado a partir de um dos modelos do Blogger, estou de volta. Pensei seriamente em apagar os posts anteriores, mas achei que seria muita frescura - o que está escrito ficará por aí mesmo. De resto, novas idéias e novo blog.