12 de março de 2007

Ziriguidum, telecoteco, balacobaco

Uma das grandes vantagens de se ficar menos jovem (eu ia escrever "envelhecer", mas quando alguém descobrisse que não tenho sequer quarenta, seria motivo de piada justa), é que perdemos alguns medos idiotas de poucos anos atrás. Por exemplo, o medo de ser antipático.
Eu detesto carnaval. Mas não dizia assim, letra por letra, usava um subterfúgio - "não tem nada a ver comigo", "prefiro aproveitar o tempo para descansar", "prefiro ver a maratona sobre a reprodução dos mamutes lanosos no Animal Planet". Agora, não. Eu detesto carnaval. Odeio. Abomino. Toda vez que me falam de carnaval, lembro-me imediatamente da sátira ao Sargentelli que o Luís Fernando Guimarães fazia na TV Pirata; dançando como um boneco de pau hiperativo, falava, sem alegria alguma: "Ziriguidum. Telecoteco. Balacobaco." E repetia o bordão umas mil vezes.
E veja que eu tentei gostar desta joça. Não, mentira. Homem não gosta de carnaval, gosta é de mulher. Então, íamos eu e mais um bandinho de losers a algum baile na adolescência só para voltar para casa sozinhos, sempre na esperança de que alguma menina desse mole. Como descobri logo que não precisava de carnaval para (não) pegar mulher alguma, desisti dos folguedos de momo. Então, pude desprezá-lo sem culpa alguma. Também não tenho inveja nenhuma de quem gosta, seria como sentir vontade de apreciar jiló com dobradinha no molho de abóbora.
Esta enrolação toda foi só para postar este ótimo link do Breves Notas e a matéria do Le Monde que diz o que os bananânios não querem admitir (só para assinantes do UOL).

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