14 de abril de 2004

Propostas indecentes
O deputado federal Nazareno Fonteles, do PT do Piauí, apresentou um projeto de lei estabelecendo o Limite Máximo de Consumo e a Poupança Fraterna. Para quem não entendeu a bagaça, é o seguinte: o nobre político supracitado quer que cada cidadão brasileiro tenha um limite máximo de dinheirinho disponível para sua farra mensal - pelos cálculos toscos deste que vos fala, algo em torno da bagatela de R$ 7.600,00. Qualquer ganho acima deste limite seria automaticamente remetido a Poupança Fraterna, um fundo estatal para financimento de "projetos populares". Ah, o infeliz só poderia sacar do seu fundo no caso de doença, aquisição de imóvel ou após 7 anos de depósitos. Duvida? Então leia aqui, oficialmente.
Ou seja, numa tacada só o sujeito quer "socializar" o Brasil usando como justificativa uma série de estudos e falas de entendidos em "justiça social" e "economia sustentável", de forma a limitar o nosso consumo de recuros naturais e promovendo a distribuição de renda na marra. Alguém poderia, por favor, explicar a este sujeito que os ganhos mensais dos elitistas que recebem mais de R$7,6mil provavelmente não darão para financiar nada além dos já exorbitantes gastos estatais com sua própria máquina? Como é que o nobre deputado pensou que esta "comunização" forçada passaria por debaixo dos tapetes sem ninguém perceber? Propostas como esta só alimentam mesmo a descrença de muitos nos políticos desta terra. Ao invés de lutar pelo fortalecimento da economia do país, a redução de impostos, a diminuição do inchaço e a promoção à excelência no Estado, aparecem-me como "humanistas" inventando uma ditadura econômica travestida de "robinhoodismo" moderninho. O que o Brasil precisa, por mais paradoxo que pareça ser, é o que um economista da FGV relatou em revista a Época (o link é só para assinantes, então nem adianta postar aqui): um choque de Capitalismo, sem dó, começando pelas camadas mais baixas da população. Emprego, educação, incentivo à iniciativa privada, redução de impostos, um pacotão que jamais virá.
A maior garantia de que esta alucinação não vai passar no Congresso é o simples fato de que os deputados recebem acima deste teto de consumo. Eu nunca imaginei na vida que agradeceria aos políticos e sua ambição para derrubar um projeto. Em quê fomos nos meter?

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