2 de fevereiro de 2004

É o fim dos tempos!
Doom é isso aí; fim dos tempos, fim de tudo, puf!, entropia, retorno a singularidade, escambau. Mas o nosso querido MyDoom é coisa mais singela - um vírus de computador, um programa criado de forma maliciosa para se aproveitar da ingenuidade alheia e fazer coisa feia no Windows dos outros. MyDoom, porém, é um tanto diferente: ele não se aproveita de uma falha específica do sistema operacional, ele confia sua eficácia no ato de abrir um arquivo anexado no e-mail. O sujeito recebe um e-mail de uma amiga com o título "Hi!" (por que a amiga escreveria em inglês é uma pergunta que sequer passeia pelos neurônios do nosso amigo... enfim...) e abre o arquivo anexado: Buemba!, diria o José Simão. O tal do MyDoom se reproduz feito coelho hermafrodita e já tasca e-mails para todo mundo que você conhece e ainda envia mensagens a partir do seu computador como se fosse um dos amigos da sua lista de contatos. Esta manobra lotou a internet nos últimos dias e parecia que todo o mundo se convertera instantaneamente numa conexão discada a provedor gratuito no domingo a tarde.
MyDoom é apenas o início. Estão vindo novos vírus por aí, tão simples quanto poderosos. Por mais que os teóricos da conspiração queiram enxergar caraminhola, com os suspeitos de sempre (a máfia russa, as empresas de anti-vírus, a CIA, a Al Qaeda ou a dona Clotildes), o mais provável é que esta diminuta e poderosa bomba cibernética tenha mesmo sido obra e graça de um moleque a fim de testar os limites da nossa frágil internet.
No mais, se você receber um e-mail do Anacrônico com o título "Hi", pode jogar fora. Primeiro, porque eu não sou jeca o suficiente para mandar mensagens com títulos em português; certamente é MyDoom se esgueirando por aí.

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