31 de maio de 2004

Alô criançada, o Bozo se estrepou!!!
Pois, é minha infância está ligada também a este palhaço esquisitão, de cabelo de bombril armado e roupa azul. Ao contrário de muita gente por aí, não tenho trauma nenhum quanto a figura dos palhaços; assistia ao programa bozolino com prazer. Fui de uma geração de transição, entre o palhaço azul e a palhaça da Xuxa, não faço parte da turma descrita pelo site Rocker Magazine como "a geração pós-Bozo que cresceu vendo e ouvindo o monstro Xuxa, [...]". Não é por menos que dizem que João Gordo, ex-rato-de-porão e atual VJ da MTV, fica nervoso e chateado se falam mal do palhaço Bozo perto dele, embora o gordinho não tenha tido pudor algum ao perguntar para o próprio se ele cheirava cocaína antes de apresentar seu programa infantil. Ainda na MTV, o programa Hermes e Renato tem o quadro do palhaço Gozo, em que todas as brincadeiras, como é fácil se supor, giram em torno de sexo - com aquela elegância e sutileza típicas da trupe. Ou seja, é mesmo a referência trash-infantil de uma geração.
Agora chegam notícias da bozolândia dizendo que Bozo não era o Bozo! Larry Harmon, apresentador e produtor que sempre afirmou ser o primeiro Bozo da história, teve sua história contestada pelo Hall da Fama de Palhaços Internacional, com sede em Milwauke, EUA - pára de rir que isto não é piada; o instituto existe mesmo! Aparentemente descobriram que o clown foi uma invenção do executivo da Capitol Records, Alan Livingston, em meados dos anos 40. O primeiro a personificar o personagem foi Vance Pinto Colvig (não escrevi errado, é Pinto mesmo), em gravações de LPs.
Isso mesmo, meus leitores, mais um símbolo de nossa infância que se vai... Os alicerces conceituais da minha infância passaram por sérios abalos sísmicos, mas resistirão a derrocada de Bozo, tenho certeza. Perserverarei (tente dizer isso em voz alta, sozinho, no escritório, com seus colegas olhando para você; depois escreva para mim contando a experiência).

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