8 de janeiro de 2004

Errei feio e uma citação pertinente
Opa, errei feio quando disse que os norte-americanos não estavam lá muito preocupados com a decisão brasileira de "fichar" os cidadãos daquele país que fazem a besteira de vir aqui. Colin Powell chiou e o Celso Amorim prometeu medidas.
Li muita bobagem sobre o assunto, mas acredito que as opiniões mais interessantes vieram da revista Primeira Leitura, no artigo De novo, o marketing, de onde cito alguns trechos abaixo:

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A decisão brasileira de fichar americanos começa a se delinear como algo mais do que um simples desgaste nas relações entre Brasil e Estados Unidos, como revelou a reação irritada do secretário de Estado dos EUA, Colin Powell. Com a entrada de Powell na polêmica, o episódio perde a impessoalidade dos embates diplomáticos — que quase nunca se exacerbam — e ganha status de desentendimento entre governos.
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No caso, o lucro está sendo contabilizado pelo Planalto. A análise ligeira e fácil do fichamento dos americanos, segundo o princípio da reciprocidade, faz a alegria da população. Os ricos estão sendo afrontados por nativos da terra do Carnaval. As televisões não se cansam de mostrar a humilhação dos arrogantes portadores de dólares imposta pelos miseráveis do real. Que ceia farta para os que já foram os descamisados de Collor, os excluídos de FHC e que agora são os companheiros esfomeados de Lula!
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Sim, o governo dos EUA agiu errado ao exigir a identificação de brasileiros em seus aeroportos (embora por lá o procedimento dure uns poucos instantes), enquanto preserva outras nacionalidades (cidadãos de países europeus, por exemplo) dessa discriminação. E talvez um juiz federal tenha mesmo o direito de proferir sentença exigindo o mesmo tratamento para americanos que aqui chegam. Mas o governo brasileiro tem o dever de recorrer dessa decisão se ela traz prejuízo ao país. Tanto tem que já preparou esse recurso. Por que não encaminha de uma vez? Ora, as pesquisas mostram que a retaliação aos americanos é o mais novo sucesso popular da gestão Lula.

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