6 de janeiro de 2004

E o Brasil, hein ?! – II

Ah sim, se o Brasil está certo em “fichar” (baita termo feio!) os turistas norte-americanos? Sim, está, pelo tal princípio da reciprocidade diplomática. Só que, para variar, fez tudo errado.
Quem deveria debater, decidir e definir regras de conduta internacionais não é um juiz do Mato Grosso, mas o Itamaraty. Sem querer desmerecer nem um (o estado) nem outro (o juiz), a cada um a sua responsabilidade - demonstramos mais uma vez a nossa confusão interna ao mundo. Esta medida deveria ser derrubada por um tempo, para que o Ministérios das Relações Exteriores tomasse as rédeas da bagunça em que ela se tornou. Não por antiamericanismo, esta bobagem que muita gente (inclusive o tal juiz, que comparou as medidas tomadas pelos EUA ao nazismo) ainda exibe como sinônimo de independência e inteligência, mas porque esta é a sua função, sua área de atuação. Ora, senhores, mas não foi este mesmo governo que quase armou uma guerra (prejudicial e desnecessária, diga-se de passagem) entre os poderes? Não foi este mesmo presidente que chamou o Judiciário de “caixa preta”? Vai lá saber. Ora, bata no peito, chama a responsabilidade para si e bota ordem na bagunça, governo! É o mínimo que a gente espera.
A propósito, a importância do Brasil no mundo das relações internacionais é, definitivamente, próxima de zero. Nenhum norte-americano reclamou da medida que foi vista com naturalidade – a não ser da demora no desembarque, claro. Os anti-americanos ficaram arrasados, coitados, já que os ianques nem deram bola para a nossa fantástica atitude anti-colonialista contra seus abusos.
Mais um a propósito: os EUA nos incluíram na lista de países suspeitos porque não respondemos aos seus pedidos de investigação de supostos grupos terroristas islâmicos lá embaixo, na Tríplice Fronteira. Supostos mesmo, porque ninguém tem indício algum de ligação alguma de qualquer um lá da ponta inferior do nosso mapa com qualquer Osama Bin Laden da vida.

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