6 de novembro de 2003

Revolutions - Segundas impressões
Bom, quanto mais penso no Revolutions, mais ele me parece inconcluso, decepcionante, porque não consegue resolver os mistérios da trama desenvolvida nos dois primeiros filmes. Havia, sim, a necessidade de explicações melhores para várias personagens, em especial o relacionamento entre Merovigian, Seraph e Oráculo, isto sem mencionar KeyMaker , Trainman e Persephone (rapaz, como a Monica Belucci é bonita, além de outra palavra, que começa com “g”!). Desde o segundo filme, parece-nos que Merovigian teria sido um “Neo” (como insinua sua esposa Persephone) e seu ódio por Óraculo pode ter origem na mesma revelação que o Arquiteto fez a Neo. E, afinal, onde foram parar as tais revelações do Arquiteto, surgidas daquele diálogo truncado no final de Reloaded?
Sim, faltou “profundidade” a Revolutions e Reloaded. Espera-se que um filme de ficção científica equilibre o deslumbramento estético típico do gênero a uma boa dose de neurônios. Não vou mentir dizendo que apenas o primeiro filme da trilogia conseguiu este equilíbrio; o segundo se concentrou em cenas de ação e em colocar mais dúvida e caraminhola na cabecinha já fervilhante dos fãs; no terceiro, a conclusão da história toma todos os minutos da exibição, sem tempo para maiores e melhores explicações. Quando eu disse que era satisfatório, me enganei um pouco: há pontas soltas demais na história, mais do que as necessárias. Por este lado, Revolutions decepciona. Como duas horas de diversão, é de uma competência rara no cinemão americano atual. Há quem diga que os irmãos Wachowski vão esclarecer tais pontas em outras mídias, mas por favor: Matrix é cinema, e é ali, no escurinho da sala que os mistérios têm de ser resolvidos!
Bom, eis minhas segundas impressões, mais acuradas e distantes do furor pós-estréia. Notas para uma crítica maior, a ser publicada no Anacrônicas.com.


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