29 de agosto de 2003

De novo, o Terror
Terrorismo é palavra que descende do Terror pós-revolução francesa, se eu não estiver falando uma imensa besteira. É, antes de mais nada, uma política de manutenção do medo, de desestabilização do inimigo. Seus meios variam, mas em geral associamos a palavra aos atos violentos cometidos em nome da política, religião, ideologia, o escambau. Todo ato terrorista tem uma mensagem implícita e, não importa sua validade (da mensagem), todo ato terrorista é um crime contra o homem. Ponto final.
Entretanto, o terrorismo jamais será vencido. Porque mesmo que sejam punidos os terroristas (eles merecem punição, sim) e atendidas as reinvidicações justas, sempre haverá aquele que acreditará que a aceitação dos atos "benevolentes" do inimigo uma traição, uma indignidade. Este fundará outro grupo e continuará seu trabalho. Mixando auto-mitificação com auto-engano, seu discurso sempre arrebanhará seguidores, quase sempre ainda mais "engajados" do que a geração anterior de acólitos.
Uma vez implantado o medo, ele não sai tão facilmente. Quantas gerações de nova-iorquinos temerão por suas vidas, que podem ser abreviadas num momento de algum dia qualquer? - nem precisa ser 11. Israelenses, palestinos, indonésios, hindus, todos subjugados pelo medo. O objetivo do terrorismo não é matar - esta é uma das formas de ação. Com a tragédia, ele impõe sua ordem e se torna mais forte do que o Estado, atônito, incapaz de proteger os cidadãos de uma ameaça que anda ao lado deles.
É por isto que o terrorismo acaba vitorioso, mesmo depois de derrotado.

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