3 de novembro de 2003

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No review da revista em quadrinhos Os Invisíveis, Rodrigo Emanoel Fernandes escreve o que transcrevo abaixo, diretamente do site UniversoHQ:

Cada vez mais, a mídia e a cultura de consumo parecem tentar criar um senso comum, no qual a leitura e o conhecimento são vistos abertamente como maçantes ou "coisa de elite".

Espantosamente, a cada dia sobe o número de pessoas, nas mais variadas posições, que se orgulham em dizer que não têm tempo para leitura, que estufam o peito para ridicularizar livros, filmes, peças e HQs que estão além de seu nível de conhecimento.

Ao depararem-se com um trabalho artístico que exige reflexão ou um mínimo de conhecimento histórico e/ou cultural, em vez de tentarem descobrir mais sobre a obra, o artista, seus temas e idéias, preferem simplesmente liquidá-los com um "Ah! Não entendi nada, esse cara tá viajando!", e lá vão de volta para suas telenovelas e afazeres "importantes".

Aos artistas são pedidos/exigidos trabalhos mais "simples", "didáticos", auto-explicativos; coisas que o público médio não tenha dificuldade alguma pra entender (consumir).

Os próprios programas de incentivo à arte e a cultura exigem esse nivelamento por baixo para a obtenção de um público mais amplo. Numa lógica torta, no lugar de investir em educação e elevar o grau de cultura da população, para que todos possam compreender uma obra de arte complexa, preferem pedir ao artista que baixe o nível de seu trabalho para ser mais palatável, mais consumível.


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